quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Redes sociais se tornam importantes ferramentas de protesto





Esse artigo foi escrito por Marco Santos para o jornal online “O Estado RJ”. Nesse texto foi feita uma entrevista com os Analistas de Mídias Sociais da Agência Kindle, Vinícius Pinto (@vini_pinto) e Bruna Schoch (@bruschoch), cujos trechos estão inseridos dentro do artigo.
O crescimento das redes sociais no Brasil é cada vez mais evidente e as mesmas se propagam de forma assustadora. Todas elas se tornaram grandes ferramentas – não só para os usuários fazerem amizades, mas também para reclamarem e protestarem contra situações que julgam errado. As redes sociais funcionam hoje em dia como uma espécie de “arma” na hora de reivindicar direitos, expor ideias ou simplesmente elogiar determinada ação.
Nesses sites, os usuários criam conteúdo e compartilham com sua rede de amigos. Os manifestos sociais acontecem da mesma forma: o usuário que não gostou de algo expõe sua indignação na rede e seu protesto é repassado para todos aqueles que compartilham o mesmo pensamento.
Para o analista de mídias sociais Vinícius Pinto, os internautas têm reclamado de uma forma que dificilmente fariam na “vida real”. “Eles têm um sentimento de que estão ´blindados´ pela tela do computador, pensam que o que eles falam não vai ter impacto em sua vida offline”, observa o analista.
Com a facilidade das redes sociais na divulgação de um manifesto, os protestos vêm acontecendo de forma bem expressiva. Assim, diversas empresas estão agora monitorando o que é falado sobre elas nas redes. Bruna Schoch, analista de mídias sociais, lembra o caso da empresa Brastemp, em que um consumidor, insatisfeito com um produto, fez um vídeo reclamando da marca e compartilhou o mesmo na internet. “O vídeo teve um grande número de visualizações e fez com que a Brastemp tomasse as devidas providências, resolvendo o problema do consumidor”, conta.
Agora, as pessoas estão procurando cada vez mais a internet para realizarem campanhas nas redes sociais. Segundos analistas, o povo se manifesta contra coisas que acredita que terão boa repercussão. “O que importa é a atenção que vão dar ao assunto”, opina Vinícius Pinto. Ele cita dois exemplos de manifestações, uma positiva e outra negativa: o lançamento do site do São Paulo Futebol Clube, ficando em primeiro lugar nos Trending Topics (ranking dos assuntos mais frequentes) do Twitter, e a hashtag (símbolo utilizado para identificar o assunto) Cala Boca Galvão, dos usuários irritados com o narrador Galvão Bueno durante a Copa 2010.


Londrinenses aderem ao protesto contra o preço do combustível


Um dos manifestos mais expressivos que teve início nas redes sociais foi o “Na Mesma Moeda”, que protesta contra o alto preço dos combustíveis. A manifestação tornou-se nacional e reuniu grande número de protestantes nas ruas de várias cidades do Brasil, como Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Goiânia (GO), Londrina (PR), entre outras. O “Na Mesma Moeda” funciona juntando um grupo de pessoas com seus carros, indo até um posto de combustível da cidade, abastecendo apenas 50 centavos e pedindo nota fiscal.
Segundo os idealizadores, os impostos pagos pelos donos dos postos são maiores que o lucro obtido. Um dos organizadores do evento em Londrina, que aconteceu no dia 7 de maio, foi o analista de infraestrutura Jonata William, 23. Segundo ele, a ideia para o protesto na cidade foi inspirada na mesma campanha realizada em Goiânia, também contra o alto preço de tributo pago pelos combustíveis. O bancário Luiz Fernando Pereira de Souza, 23, foi o primeiro a abastecer no manifesto de Londrina.
O jovem teve interesse em participar porque, segundo ele, “é um absurdo a quantidade de impostos cobrados sobre o preço do combustível”. Para Luiz Fernando, o sentido do protesto é mostrar aos administradores o quanto é ruim se sentir lesado. “Dessa forma, conseguimos dar sentido ao nome do protesto ‘Na Mesma Moeda’, ou seja, fazer com que eles se sintam lesados também”, relata Souza.
O convite para o manifesto é feito pelo Facebook e, segundo Jonata William, foram confirmadas pelo site cerca de 1,5 mil pessoas. Porém, apenas 250, aproximadamente, compareceram ao evento. “Isso porque muitos não estavam na cidade e outros moram fora. Porém, muitos estavam participando na rede e apoiando o evento”, frisa Jonata William. “Ainda tem aqueles que ficam em cima do muro, esperam ver se realmente acontece para depois participarem”, acrescenta.
No dia seguinte, diversas pessoas afirmaram que queriam ter ido, enquanto outros fizeram sua parte sozinhos, indo até um posto e fazendo a ação. Os organizadores acreditam que a cidade tem capacidade de reunir um número ainda maior de pessoas. “Londrina é grande e tem potencial para chegar na casa de quatro dígitos de manifestantes”, garante Jonata William.


Paulistas organizam o “Churrasco da Gente Diferenciada”


Uma semana depois desse manifesto em Londrina, cerca de 600 paulistas fizeram o “Churrasco da Gente Diferenciada”. O protesto surgiu para criticar um grupo de moradores contrários à construção da estação de metrô na Avenida Angélica. A manifestação também protestava contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que teria mudado o local da estação por motivos técnicos.
O nome curioso do protesto se deu pelo fato de uma moradora da região ter se posicionado contra a construção, alegando que atrairia uma “gente diferenciada”. A entrevista dada pela moradora para o jornal “Folha de S. Paulo” logo tomou grande proporção pelo país. O churrasco, organizado pelo Facebook, chegou a ser cancelado devido ao grande número de pessoas que estavam confirmando presença. Porém, não adiantou. Os paulistas compareceram e fizeram o churrasco, com direito a som portátil, carne, isopor com bebidas e outros quitutes.
Sem dúvida, as redes sociais têm um grande poder de atrair os jovens brasileiros. Em todo manifesto é observada uma grande quantidade deles. Segundo Vinícius Pinto e Bruna Schoch, essas ações poderiam até ocorrer sem a ajuda das redes na propagação da ideia, mas com elas “a coisa toma uma proporção bem maior”, diz Vinícius Pinto. Os dois analistas acreditam que a atual geração poderia ser mais expressiva e se manifestar em outros casos.
“Os jovens são meio desiludidos com esses manifestos, pois não dão muito certo devido a uma série de fatores políticos”, observa Bruna Schoch. Porém, manifestos como o “Na Mesma Moeda” e o “Churrasco da Gente Diferenciada” provam que essa realidade começa a mudar.


Um comentário:

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